quarta-feira, 14 de março de 2012

Medicamento infantil para tratamento do vírus HIV será testado em humanos ainda este ano

Rio de Janeiro – As crianças brasileiras comaté 13 anos que vivem com
HIV/Aids terão em breve um antirretroviral infantil, de administração
mais simples. O medicamento está sendo desenvolvido há três anos pela
Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz).
A previsão é que o medicamento já esteja pronto para fabricação em
2015, mas os testes em humanos devem começar no segundo semestre deste
ano, em seis centros de pesquisas nos estados de MinasGerais, do Rio
de Janeiro e de São Paulo. Emvez de três, a criança poderá tomar
somente um comprimido, que terá uma formulação adocicada, de sabor
agradável, para disfarçar o gosto amargo original do remédio. Além
disso, o comprimido será dispersível, para ser dissolvido na água.
Segundo a farmacêutica do Departamento de Pesquisas Clínicas da
unidade, Marli Meloda Silva, que participa da coordenação do estudo
clínico, a combinação também reduz os custos operacionais no processo
produtivo, e fica mais fácil dispensar, transportar, armazenar e
administrar o medicamento.
"Outra vantagem é que essa formulação dispersível dá mais garantia
sobre a dose de princípio ativo, ao contrário do que ocorre quando se
divide comprimidos paraas crianças", disse a pesquisadora, que
explicou também que, hoje, as drogas prescritas para a população
infantil são as mesmas ministradas em adultos, sendo a diferença a
diminuição da dosagem, que varia de acordo com o peso, sem considerar
a complexidade do metabolismo dos pacientes pediátricos.
O medicamento combinará em um único comprimido três princípios ativos
– a lamivudina 30 miligramas + zidovudina 60 miligramas + nevirapina
50 miligramas. A medicação será dissolvida em uma pequena quantidade
de água para ser ingerida.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) distribui 16
tipos de antirretrovirais para os pacientes infantis, que variam em
apresentação farmacêutica e concentração de acordo com a faixa etária.
A maioria dessas drogas não foi estudada em populações pediátricas e
somente tem registro na Anvisa para adultos ou crianças acima de
determinadasidades.
Dados preliminares, divulgados pelo Ministério da Saúde em 2010,
revelam que de 1980 a 2010 o Brasil registrou aproximadamente 14 mil
casos de HIV em indivíduos menores de 13 anos. Atualmente, estima-se
que cerca de 4 mil crianças nessa faixa etária estejam em terapia
antirretroviral. Ainda segundo o ministério, esses números têm caído
gradualmente ao longo dos últimos cinco anos. Em todo o mundo, há
aproximadamente 2,5 milhões de pessoas menores de 15 anos vivendo com
o vírus HIV.
Fonte:Agência Brasil

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