quinta-feira, 15 de março de 2012

PDT no Senado diz que apoia Dilma independentemente de cargos

Brasília – Um dia depois de o PR anunciar que passou para a oposição
no Senado, insatisfeito por não ter indicado um novo nome para o
Ministério dos Transportes, hoje (15) o líder do PDT, senador Acir
Gurgacz (PDT-RO), foi à tribuna para, segundo ele, "tranquilizar" a
presidenta Dilma Rousseff sobre a fidelidade do partido ao governo.
Gurgacz disse que o PDT não precisa de cargos para ser aliado e votar
a favor dos projetos do governo, "quando eles forem de interesse do
país". "Nós queremos mandar uma mensagem de tranquilidade, de que o
PDT vai continuar apoiando o governo e a presidenta Dilma,
independentemente de estarmos com ministério", disse Gurgacz.
Segundo ele, cabe à presidenta definir quem ela quer indicar para o
Ministério do Trabalho, que até o ano passado era comandado pelo
presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Depois de denúncias de
irregularidades na pasta, o ministro pediu demissão e, desde então, o
partido discute com o governo uma nova indicação.
Os nomes dos deputados Manoel Dias (PDT-SC), Brizola Neto (PDT-RJ) e
Vieira da Cunha (PDT-RS) foram levantados nas negociações que estavam
sendo comandadas pelos representantes do partido na Câmara.
No entanto, os senadores não querem condicionar o apoio, nem a sua
independência na hora de votar contra o governo, à indicação para o
ministério e desautorizaram os deputados do partido de negociar em
nome do Senado. "Não vejo legitimidade em deputados federais para
falar em meu nome à presidente da República", disse o senador Pedro
Taques (PDT-MT).
Para ele, o partido só terá condição de se manter à vontade em
votações relevantes para o governo se não condicionar o apoioà vaga no
ministério. "O PDT não pode apoiar a presidente da República em
situações não republicanas. Um partido político não pode ser um
partido que só pleiteie cargos de ministro", afirmou Taques.
Na mesma linha, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse em plenário
que é contra a presença do partido no Ministério do Trabalho. Para
ele, a presidenta Dilma não deveria indicar ninguém por filiação
partidária. "Ela prestaria um grande serviçoao PDT e ao país se não
indicasse ninguém", disse Buarque.
Apesar de negar que haja desconforto dos senadores pedetistas com a
negociação pela pasta que vem sendo feita pelos deputados do
partidoPDT, o líder Gurgacz admite que a Câmara e o Senado têm
lideranças diferentes. "Ninguém fala por nós senão nós mesmos", disse
ele. Gurgacznegou que também que a manifestação emplenário seja um
recado dos senadores para o governo ou para os colegas de partido.
"Será que é difícil ter um partido que não precise de cargos para
apoiar o governo?", perguntou.
Desde a semana passada, a presidenta Dilma enfrenta uma crise política
no Congresso. O processo de rebeldia na base aliada do governo começou
com a rejeição no Senado ao nome do nome de Bernardo Figueiredo para a
direção-geral da AgênciaNacional de Transportes Terrestres (ANTT). O
motivo admitido pelos governistas seria a insatisfação dos senadores,
em especial do PMDB, com a falta de interlocução com ogoverno. A
recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo era apoiada pela
presidenta.
Esta semana, a presidenta decidiu trocar oslíderes do governo na
Câmara e no Senado.A mudança agitou os parlamentares governistas e
nenhuma votação relevante foi realizada em nenhuma das duas Casas.
Por fim, o PR no Senado decidiu romper de vez com o governo e passar
para a oposição depois que o líder do partido, senador Blairo Maggi
(MT), disse que as "portas foram fechadas" pelo governo. O PR tentava
ter de volta o Ministério dos Transportes e não foi atendido pela
presidenta Dilma.
Fonte:Agência Brasil

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