sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Policiais de Pernambuco já falam em paralisação

Brasília – Em meio à greve e às ameaças de paralisação das forças de
segurança pública de várias unidades da Federação, entidades que
representam os policiais e bombeiros pernambucanos realizam, nos
próximos dias, assembleias para decidir a possibilidade de deflagrar
greve durante o carnaval.
A Associação dos Praças de Pernambuco (Aspra), a União dos Militares
do Brasil (UMB) e a Força Única convocaram as duas categorias para uma
assembleia conjunta no próximo dia 17. As entidades alegam que há uma
"grande inquietação e insatisfação dos profissionais com a falta de
respeito e de consideração do governo estadual durante as negociações
salariais do ano passado […] e [há] a necessidade de se debater a
possibilidade de realização de uma paralisação dos bombeiros e
policiais militares pernambucanos durante o período carnavalesco".
Segundo o soldado Horácio Freire Júnior, da Aspra, não se trata de uma
ameaça, masa hipótese de uma paralisação não está descartada e
dependerá do encaminhamento da assembleia. Representantes da entidade
se reuniram na manhã de hoje (10) com o secretário deDefesa Social,
Wilson Damásio.
Os delegados pernambucanos também já falam abertamente em cruzar os
braços durante o período carnavalesco. No edital de convocação da
assembleia da categoria,que será realizada na próxima segunda-feira
(13), a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe)
indica queo principal fator de descontentamento são "os valores
ínfimos" da remuneração paga por meio do Programa Jornada Extra de
Segurança.
Embora não falem em greve, os agentes penitenciários também realizam
assembleia na próxima terça-feira (14). Convocada em caráter de
urgência pelo Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema
Penitenciário de Pernambuco (Sindasp-PE), a assembleia servirá para
discutir outros temas, mas a reivindicação pela contratação de novos
agentes não deve demorar a entrar em pauta.
"Neste momento, não falamos em paralisação, mas é possível que, muito
em breve, voltemos a discutir a necessária contratação de mais
agentes. Hoje, trabalhamos com um déficit de cerca de 3,7 mil
profissionais e estamos tentando negociar com o governo estadual uma
solução", disse o presidente da entidade, Nivaldo de Oliveira Júnior.
De acordo com ele, hoje, apenas 1,3 mil agentes cuidam decerca de 25
mil presos.
Já a Associação dos Cabos e Soldados Policias e Bombeiros Militares
(ACS) negociacom a Secretaria de Estado de Defesa Socialuma pauta com
quatro principais reivindicações, das quais, uma, a que trata da
incorporação da gratificação de risco aos soldos, ainda não foi
atendida. De acordo com o presidente da associação, o cabo Renilson
Bezerra, a incorporação é o item mais complexo da negociação e
importante para a categoria. Embora ainda não haja convocação para
assembleia, umaparalisação não está descartada caso o governo estadual
não dê uma resposta quesatisfaça à categoria.
"Quando mais precisa, como, por exemplo, em caso de um acidente de
trabalho ou quando é ferido, o policial afastado da função deixa de
receber este valor, que varia de R$ 450 a R$ 500", relatou Bezerra,
que, na condição de diretor da Associação Nacional dos Praças, esteve
na Bahia para prestar solidariedade aos policiais baianos,em greve há
11 dias.
De acordo com o sindicalista, a entidade também discute a ampliação do
contingente com a convocação dos aprovados no concurso realizado em
2009;as escalas de serviços e a renovação de equipamentos e fardas,
principalmente dosequipamentos de proteção individual. "Há quem esteja
trabalhando com coletes à prova de bala com a data de validade já
vencida", alega Bezerra.
O secretário estadual de Defesa Social, Wilson Damázio, diz não haver
justificativa plausível para uma paralisação. "Não há clima, nem
justificativa para isso. Não posso entrar no mérito do que pode estar
movendo este pessoal, em várias partes do país, mas, em Pernambuco,
não vejo condições para que ocorra algo como na Bahia", disse o
secretário, garantindo que, ao longo dos últimos cinco anos, policiais
ebombeiros receberam aumentos reais, além das perdas inflacionárias,
de mais de 50%. "Não há impasse e tenho certeza que os policiais
pernambucanos não vão jamaismacular o trabalho que vêm fazendo por
conta de um movimento de outros estados".
"Além disso, melhoramos a situação dos policiais que se aposentam.
Hoje, eles praticamente ganham o mesmo que ganhavam quando na
atividade", reforçou o secretário.
Um soldado pernambucano recebe, sem asgratificações, R$ 2,1 mil, valor
que será reajustado em junho deste ano. Damázio destaca que, além de
um cronograma de negociações já planejado até 2014, o governo
estabeleceu uma política de promoções e está disposto a negociar
reivindicações pontuais.
Da Agência Brasil

0 comentários:

Postar um comentário