sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Governo poderá enviar tropas para garantir Carnaval, diz Cardozo

BRASÍLIA, 10 Fev (Reuters) - O governo federal enviará tropas para
garantir a segurança do Carnaval em Estados onde policiais iniciarem
greves, disse nesta sexta-feira o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, diante da paralisação naBahia e no Rio de Janeiro que ameaçam
a rentável temporada de festas.
Policiais, bombeiros e agentes penitenciários do Rio de Janeiro
decidiram entrar em greve a partir da madrugada desta sexta-feira,
seguindo movimento semelhante na Bahia, onde policiais militares estão
parados desde 31 de janeiro.
Estes Estados atraem milhões de turistas brasileiros e estrangeiros,
numa das épocas mais lucrativas para a economia local.
"Não tenho a menor dúvida de que o Carnaval ocorrerá em absoluta
normalidade na Bahia, no Rio de Janeiro eem todos os Estados
brasileiros. O governo está pronto para mandar tropas que forem
necessários", disse o ministro ajornalistas.
Apesar do anúncio de paralisação no Rio, a Polícia Militar afirmou que
a adesão foi restrita e que a corporação está trabalhando normalmente.
Em áreas turísticas tradicionais, como Copacabana, com a maior
concentração de hotéis da cidade, cabines da PM operavam normalmente e
havia viatura nas ruas.
"(A) situação é bem tranquila. Eu converseicom o governador (do Rio)
Sérgio Cabral, até o momento sequer foi necessário encaminhamento à
Força Nacional. As Forças do Rio de Janeiro estão atuando com
tranquilidade. Caso seja necessário, nós estaremos em condições de
encaminhar não só a Força Nacional, mas também as Forças Armadas",
disse Cardozo, que avaliou que o movimento fluminense tem menos
intensidade que o baiano.
Na Bahia, os índices de criminalidade dispararam no Estado, um dos
mais violentos do país. Desde o início do movimento, foram registrados
ao menos 150 homicídios.
Cardozo reiterou posição do governo contrária à concessão de anistia a
PMs que tenham cometido crimes. Gravações de conversas telefônicas
divulgadas pela Rede Globo, na quarta-feira, mostraram líderes da
greve na Bahia incitando atos de violência no Estado.
"Não é possível que pessoas que tenham atuado praticando crimes,
atuado em situações de vandalismo, seja pura e simplesmente ignorados
os atos que praticaram. O policial, o cidadão, o político,todos devem
respeitar as lei. Nessa perspectiva, quem comete crimes, deve
responder por eles", disse ele.
Na quinta-feira, durante visita a obras no Nordeste, a presidente
Dilma Rousseff se disse "estarrecida" com as conversas divulgadas, nas
quais o líder do movimento grevista na Bahia incita violência e
vandalismo, e se disse contrária à anistia a militares envolvidos em
práticas criminosas.

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