quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ataque de forças sírias a Homs prossegue; mais 67 mortos

AMÃ, 8 Fev (Reuters) - Forças sírias mataram pelo menos 67 pessoas
nesta quarta-feira na cidade sitiada de Homs, incluindo três famílias
atacadas em suas casas por milicianos leais ao presidente Bashar al
Assad, disseram ativistas.
A violência em Homs prossegue apesar deAssad ter prometido à Rússia
que acabaria com o derramamento de sangue,depois de Moscou salvar no
domingo a Síria de ser alvo de uma resolução do Conselho de Segurança
da ONU.
Na sua nova ofensiva contra Homs, soldados sírios atiraram foguetes e
morteiros, e tanques invadiram o bairro de Inshaat, aproximando-se de
Bab Amro,região mais atingida pelos bombardeios que mataram pelo menos
150 pessoas emdois dias, segundo ativistas locais e fontesda oposição.
"A eletricidade retornou brevemente, e pudemos contatar vários
bairros, porque os ativistas de lá conseguiram recarregar seus
telefones. Contamos 47 mortos desde a meia-noite", disse o ativista
Mohammad Hassan por telefone via satélite.
Homs é um dos principais redutos da oposição nos 11 meses de protestos
contra o regime de Assad, período em que a ONU diz que mais de 5.000
pessoas foram mortas. É difícil confirmar os relatosvindos do país,
porque o governo sírio expulsou a maior parte dos correspondentes
estrangeiros.
Um dia depois de se reunir com Assad emDamasco, o chanceler russo,
Sergei Lavrov,disse que países com influência sobre a oposição síria
devem pressioná-la a dialogar com Assad - declarações que deixam claro
que Moscou não tem a intenção de abandonar seu tradicional aliado
sírio.
Mas a oposição síria criticou Lavrov por não levar novas iniciativas a
Damasco, e disse que não aceitará dialogar com Assad enquanto as
forças do governo continuarem matando civis.
A resolução que a Rússia vetou, junto coma China, declarava apoio a
uma proposta da Liga Árabe que, entre outros pontos, previa o
afastamento de Assad do poder. A Rússia diz que só aceita uma versão
anterior do plano, que não continha esse item.
Mas Walid al Bunni, dirigente do grupo de oposição Conselho Nacional
Sírio (CNS), insistiu no afastamento de Assad como pré-condição para
um diálogo nacional.
Um jornal turco ligado ao governo disse que a Turquia, outrora sólida
aliada de Assad, pretende organizar uma conferência em Istambul para
discutir a situação com governos árabes e ocidentais. A conferência
seria parte de uma iniciativa turca mais ampla, a ser apresentada na
quarta-feira.
HOMS
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em
Londres, milícias pró-Assad mataram pelo menos 20 civis durante a
noite, invadindo casas nos arredores de áreas controladas pela
oposição.
Rami Abdelrahman, diretor do Observatório, afirmou à Reuters que as
vítimas, desarmadas, eram parte de três famílias - uma com cinco
integrantes, e as outras com sete e oito pessoas.
A agência estatal de notícias Sana disse que "grupos terroristas
armados" atacaram postos de controle policiais em Homs e dispararam
morteiros na cidade, sendo que três caíram numa refinaria local de
petróleo. O informe da Sana não especificou danos.
A agência disse também que 30 membrosdas forças de segurança mortos em
confrontos recentes foram sepultados na terça-feira.
Militares desertores e outros insurgentes passaram nos últimos meses a
reagir à ação das forças de segurança contra os manifestantes,
ameaçando transformar em guerra civil um movimento inicialmente
pacífico.

0 comentários:

Postar um comentário